quinta-feira, 5 de abril de 2012

O CADERNO DE HISTÓRIAS


A criança escolhe um livro e leva para casa em uma pasta com o caderno , lápis de cera e caneta hidrocor. Os pais contam a história e a família passa momentos gostosos de literatura em casa. A criança desenha e escreve se já sabe, senão os pais escrevem como foi esse prazeroso momento em família. Dá muito certo e as crianças insistem para levar o caderno para casa. Na sala mostram seu desenho e  recontam a história. A professora lê o que os pais escreveram. Depois todos querem falar um pouquinho sobre a história.  Na sala todo dia é dia de história!


AMBIENTE E ROTINA PARA AS CRIANÇAS DE SEIS ANOS



O AMBIENTE ALFABETIZADOR E A INTERVENÇÃO DO PROFESSOR
A sala de aula deve servir para despertar os sentidos dos alunos, transformando-se    num local propício à aprendizagem.
O professor deverá estimular o gosto e o uso social da leitura e a escrita, através de um ambiente que deverá conter: livros de história, revistas, livros de enciclopédia com fotos do mundo natural e social, receitas, textos coletivos e listas de determinados temas relatados pelos alunos. Sendo a alfabetização desenvolvida dentro de um contexto natural, social e lógico matemático.   
 Neste caso, estaremos alfabetizando letrando.  A seguir os conceitos de alfabetização e letramento:
            Letramento não é necessariamente o resultado de ensinar a ler e escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter se apropriado da escrita (SOARES, 2003). Surge então um novo sentido para o adjetivo letrado, que significava apenas “que, ou que é versado em letras ou literatura; literato” (MICHAELIS), e que agora passa a caracterizar o indivíduo que, sabendo ler ou não, convive com as práticas de leitura e escrita. Por exemplo, quando um pai ler uma história para seu filho dormir, a criança está em um processo de letramento, está convivendo com as práticas de leitura e escrita. Não se deve, portanto, restringir a caracterização de um indivíduo letrado ao que domina apenas a técnica de escrever (ser alfabetizado), mas sim aquele que utiliza a escrita e sabe “responder às exigências de leitura e escrita que a sociedade faz continuamente”. (SOARES, 2003)
             A alfabetização consiste no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação. De um modo mais abrangente, a alfabetização é definida como um processo na qual o indivíduo constrói a gramática e em suas variações. Esse processo não se resume apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas ( codificação e decodificação) . A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso de linguagem de uma maneira geral. A alfabetização de um indivíduo promove sua socialização, já que possibilita o estabelecimento de novos tipos de trocas simbólicas com outros indivíduos, acesso a bens culturais e as facilidades oferecidas pelas instituições sociais. A alfabetização é um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade como um  todo.
            Além deste ambiente letrado, a criança de seis anos precisa realizar as atividades de forma diversificada. É claro que em determinado momento elas precisam concentrar-se no que o professor fala e realizar as atividades em folhas propostas, mas como nesta idade o tempo de concentração é pouco, a aula deve ser a mais dinâmica e lúdica possível, para manter a atenção das crianças. O tempo de conversa também não deve ser muito longo, pois, logo os alunos irão dispersar-se. 
          Neste caso, é importante estabelecer uma rotina com as crianças. Essa rotina será fixada de modo que todos possam consultá-la.  
Ex:
Rotina
1- Entrada 13: 00
2- Lanche 13:20
3-   Rodinha
Conversa sobre o tema proposto . Áreas do conhecimento: linguagem , conhecimento natural e social, matemática e artes. Boa tarde, música , calendário, chamadinha ( reconhecimento do nome, letra inicial, sílaba inicial , letra final, relacionar semelhanças e difrenças entre os nomes) , história  , textos coletivos,  livro de enciclopédia , jornal, revista,  obras de artes, mapas, globo terrestre , planetas, animais,  plantas,  fotos,  blocos lógicos, material dourado, relógio, formas espaciais, fita métrica, receita, poesias, cantigas de roda, etc.13:20 às 14:30
5- Atividade em folha  14 :30 às  15 :30
6- Recreio  e Janta 15: 30  às  16: 00
7-Atividades diversificadas ( artes  - jogos- massinha e atendimento  individual aos alunos mais lentos)16: 00 às  16:50
8-Dever de casa 16: 50  às 17:10
9-Arrumação da sala e do próprio material 17 :10 às 17 :20
10- Saída 17: 20
                                                                             Autoria:
                                                                                   Karla Cristina


ALGUMAS TENDÊNCIAS EQUIVOCADAS DO CONSTRUTIVISMO


Proposições Construtivistas
 Tendências equivocadas da transposição pedagógica
·        Evolução psicogenética entendida como um processo ativo e pessoal de elaboração cognitiva, a partir das experiências vividas.
  • Ausência de intervenções para não atrapalhar o processo individual de aprendizagem, isto é, sem a preocupação de propor experiências ou situações favoráveis à construção do conhecimento.

  • Construção do conhecimento a partir de condições favoráveis para o envolvimento pessoal, a elaboração e testagem de hipóteses, a possibilidade de descoberta e a apropriação do saber significativo.  Um ensino capaz de respeitar o tempo de aprendizagem, as experiências e os conhecimentos já construídos pela criança, compreendendo o erro como parte do processo de aprendizagem.
  • Prática pedagógica como ativismo didático de duração imprevisível, não necessariamente colocando a criança como foco da intervenção didática.
  • Desconsideração do planejamento
  • Aceitação de qualquer tipo de erro sem o esforço interpretativo para compreender a sua “lógica” ou para transformá-lo em um recurso para a superação das dificuldades.
  • Identificação de momentos conceituais de compreensão e produção da escrita: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
  • Divisão da classe ou de subgrupos de trabalhos “por níveis”.
  • Planejamento e “proposição de atividades por níveis”
  • Pretensão de hierarquizar a aprendizagem em “etapas”, induzindo a progressão do conhecimento a partir da sucessão dos “níveis” descritos.
  • Avaliação da aprendizagem unicamente com base nos níveis em tentativas de “classificar” as crianças e seus saberes sobre a escrita.
Escrita espontânea como oportunidade de produção significativa para a reflexão lingüística e para a constituição da autoria (o aprendiz-autor).
  • Deixar a criança escrever livremente, sem interferências e por tempo indeterminado e sem propósitos ou destinatários definidos.
  • Evitar a correção ou qualquer forma de revisão textual.
  • Interlocução como recurso para a troca de informações e desestabilização das hipóteses construídas, favorecendo a possibilidade de avanço.
  • Promoção de trabalhos em grupo, supondo a interlocução como conseqüência necessária do “grupamento de pessoas”.
  • Escrita do nome próprio como conhecimento significativo que pode funcionar como referencial estável de escrita na tentativa de outras produções ou reflexão sobre a língua.
  • Ensino do nome próprio como a primeira lição do ano e pré-requisito para as demais aprendizagens.
  • Para aproximar a língua de seus usos sociais, estímulo ao uso de vários portadores de textos, em diferentes possibilidades de uso, funções ou gêneros de escrita.
  • Composição de livros didáticos que, pretendendo substituir as cartilhas, agrupam diferentes tipos textuais, mas não asseguram as especificidades do portador nem as reais situações de uso.

  • Trabalhar só com textos em detrimento de uma reflexão mais sistemática sobre o funcionamento do sistema de escrita.
  • Reflexão sobre a escrita para o avanço na compreensão do funcionamento desse sistema lingüístico.
  • Trabalhar com textos só depois de dominada a escrita alfabética.











       
                                       


O quadro do capítulo anterior demonstra muitas práticas pedagógicas equivocadas que ocorreram após, as pesquisas de Emília Ferreiro sobre a construção da leitura e da escrita na lógica do pensamento infantil. Ansiosos por encontrar alternativas para os dramáticos índices de reprovação e fracasso escolar, muitos professores acabaram fazendo uma transposição demasiadamente direta das situações de pesquisa, trazendo-a para a escola mais como uma metodologia de trabalho do que propriamente como um estímulo à reflexão, ao estudo e ao planejamento de práticas mais compromissadas com o aprendiz. Neste caso, alguns orientadores pedagógicos proibiam a correção da escrita, dizendo que atrapalharia o processo individual da criança, além de exigir que o professor esquecesse toda a sua prática anterior, a qual eles consideravam tradicional, ao invés de partir desta prática segura e oferecer-lhe embasamento teórico para criar o novo aos poucos a partir desses estudos.
Surgiram os modismos pedagógicos, práticas inconseqüentes e até irresponsáveis, embora não necessariamente mal intencionadas. Muitos professores pressionados por esse modismo desaprenderam o que sabiam, pois, muitos orientadores diziam que no construtivismo não existia método. E tudo o que professor fazia de antigo era veementemente criticado, deixando-o completamente desorientado, pois ao mesmo tempo o O.P não mostrava nenhuma orientação em relação à didática de ensino, dizendo que o professor teria que refletir sobre o como a criança pensava sobre a escrita e a partir daí intervir.
Intervir ou não intervir no processo de aprendizagem?  Focar somente na reflexão do aprendizado infantil ou também na metodologia de ensino, mais especificamente a didática de ensino? Essas eram as muitas questões que alguns professores faziam e ainda fazem.
O que prevaleceu nos anos 80 e 90 foi a existência de uma grande parcela de alunos que passaram anos sem saber escrever alfabeticamente, ou daqueles que, mesmo tendo atingido esse estágio, não se constituem efetivos usuários da leitura e da escrita.
O construtivismo e não os erros cometidos nas salas de aula por quem mal o interpretou, é considerado o vilão dos quadros de analfabetismo na América Latina.

 Karla Cristina Carrozzino Gaudencio

 
 



A CRIANÇA DE SEIS ANOS


          A CRIANÇA DE SEIS ANOS
Nesta fase a criança é muito ativa, gosta de jogos agitados, já possui melhor desenvolvimento motor amplo e maior controle da musculatura fina, tem consciência das mãos como instrumento. Há grande expansão do desenvolvimento intelectual; certo nível de maturidade é atingido e ela adquire conhecimentos variados.
A linguagem está completa. As necessidades sociais e culturais são incorporadas ao pensamento, contribuindo-lhe para estruturá-lo. Com o apoio da linguagem, as classes lógicas se constituem gradualmente; os conceitos ganham em generalidade e precisão, baseados em experiências tanto verbais como concretas, motivados pela intensa curiosidade e necessidade de comunicação.
Fica feliz ao ser elogiada. É muito mais fácil conseguir dela um comportamento adequado através do estímulo do que pela censura.
Ao receber uma criança de seis anos no ensino fundamental é importante o professor conhecer as fases do desenvolvimento infantil descritas por Piaget , as hipóteses de escrita que Emília Ferreiro pesquisou e o conceito de aprendizagem mediada descrito por Vygotsky, à qual demonstra a importância da mediação no processo de aprendizagem ,tanto pelos educadores , como pela interação entre as crianças. No entanto os educadores e educadoras são os regentes que atuam de forma intencional e planejada na zona de desenvolvimento proximal dos educandos, para que estes avancem no processo de aprendizagem.
O professor terá que trabalhar com a diversidade, pois as crianças, serão de diferentes famílias, de diferentes origens sociais e culturais, tendo algumas acesso ao mundo letrado, enquanto outras não, até mesmo por terem pais analfabetos. Portanto, umas chegarão a escola com determinado conhecimento na leitura e escrita e outras não terão esse mesmo nível.
Como deve ser a sala de aula para uma criança ativa com necessidade de movimentação? Muitas escolas ainda as colocam em salas com cadeiras enfileiradas, restringindo seus movimentos e causando problemas de comportamento.
Nesta fase o desenvolvimento intelectual atinge grande avanço, a criança tem a necessidade de reinventar, tem grande curiosidade acerca do mundo, precisa lidar com o concreto na aquisição de certos conceitos. Será que uma concepção baseada somente na transmissão do código alfabético com memorizações desvinculadas de qualquer contexto seria interessante e significativa para esta criança?
Texto retirado da minha monografia de pós-graduação, cujo tema foi: " A Orientação Pedagógica e a Alfabetização"
Karla Cristina

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Pedagoga com habilitação em educação especial, pós-graduação em educação infantil, orientação educacional e pedagógica.Monografias: "Metodologia Teacch", "Teoria e Prática Construtivista" e "A Alfabetização e a Orientação Pedagógica". Cursos específicos na área de autismo: Metodologia Teacch e ABA. Experiência em educação infantil, ensino fundamental e em instituição para crianças com autismo. E o mais importante! Professora com muito orgulho! Se passar neste blog, deixe o seu recadinho! Beijos Karla