sábado, 20 de abril de 2013

INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS DE ACORDO COM OS NÍVEIS PSICOGENÉTICOS DE LEITURA E ESCRITA DOS ALUNOS.


Hipótese pré-silábica

 

·Características

 

. Utilizam números, letras e pseudo letras.

. O critério de seleção é forte.

. Não compreendem que a escrita é a representação da fala.

. Realismo nominal ( quanto maior o objeto , maior o número de caracteres). Ex: A formiga é pequena , por isso se escreve com menos letras, enquanto que o boi é grande, então eles escrevem com mais letras.

 

. Intervenções pedagógicas e procedimentos didáticos

 









.O trabalho com o reconhecimento global dos nomes dos colegas, a letra inicial destes, as semelhanças e diferenças entre os nomes, intervém nas hipóteses de alunos pré-silábicos. As crianças neste nível, apesar de não escreverem de forma alfabética, memorizam as palavras com muita facilidade , esta memorização intervém em suas hipóteses iniciais. As atividades com relação fonema/grafema da inicial de palavras, auxiliam na consciência fonológica das crianças, percebendo que cada letra tem seu som.

·Associação palavra X objeto .

·Memorização global de palavras significativas

·Análise da constituição das palavras quanto a sua inicial, sua letra final, número de letras, ordem das letras e natureza das letras.

·Escritas espontâneas ( conforme as hipóteses de escrita)

·Análise dos aspectos gráficos das letras- topológicos, de forma, de posição- em dois tipos de letras, cujo objetivo é atingir a invariância de suas formas.

·Distinção entre letras e números

·Introdução dos aspectos sonoros, através das iniciais de palavras significativas.

·Vinculação de discurso oral e texto escrito

·Textos de memória ( poesias, parlendas, músicas, brincadeiras, etc.)

·Distinção entre imagem e escrita

·Reconhecimento de diferentes gêneros e suportes textuais

·Reconhecimento das letras como constituintes do texto.

·Introdução a distribuição espacial do texto e orientação das frases. 




Atividades( Procedimentos didáticos)
. Realizar atividades com os telhadinhos ( nomes dos alunos) , na roda, pedindo para reconhecerem seu nome , a letra inicial e final,os nomes dos colegas e as letras iniciais e finais. Comparar semelhanças e diferenças entre os nomes.

. Contato com variado material de leitura: livros de história, revistas, livros de pesquisa, jornais, etc.

. Atividades de escrita espontânea.( escrever de acordo com o tema abordado em sala. Desenhar e escrever os nomes das partes do corpo, hábitos de higiene , nomes dos profissionais da escola, animais mamíferos, etc.)

. Agrupar na folha letras e numerais

. Realizar atividades com parlendas e músicas que trabalham relação quantidade/numeral, contagem com os dedos, materiais concretos, desenhos , contagem dos alunos e uso do calendário.

. Manipulação intensa com alfabeto móvel.

Desenho livre econforme o tema trabalhado, massinha, pintura, recorte, colagem , dobradura, jogos de alfabetização e de construção , uso de sucata, etc.

.Atividades com o grupo e depois em folha. Lista de palavras de algum campo semântico. Os nomes são relatados pelos alunos que dizem qual letra inicial começa.Atividade em folha. Completar as palavras com letra inicial , consultando o retângulo com as letras.Associar ( ligar palavra ao desenho, percebendo a letra inicial da palavra).

. Classificar palavras ou nomes que se parecem – as que começam com a mesma letra, que possuem o mesmo número de letras, palavras grandes e pequenas.

. Bingo com nomes dos alunos, com letras, nomes de animais, etc.

Jogo de memória ( letra/desenho ou palavra iguais)

. quebra/cabeça

jogo da trilha com alfabeto.

. Jogos com alfabeto móvel: cobrir nomes com as letras, formar o nome ou colegas tendo como suporte o telhadinho

. Separar e agrupar letras iguais

. Formar  nomes de palavras significativas, tendo estas como suporte.

. Álbuns

. Com os nomes da turma ( desenho /nome)

. De animais ( desenho/nome)

. Da história de vida das crianças

.Jogos e brincadeiras orais:

. Rimas

.Adivinhações

.Telefone sem fio

. Recados orais

.Hora da novidade

. Outras atividades  e brincadeiras:

. Leitura de poemas, quadrinhas, parlendas, músicas, etc.

. Planejamento da rotina da sala.

.Avaliação dos trabalhos do dia.

. Relatório oral das experiências

. Histórias mudas

. Produção de texto oral – coletivo

. Estudo e interpretação de gravuras

. Jogos de atenção

. Análise e síntese de palavras

. Interpretação oral de textos

. Reescrita com representação de desenhos de texto trabalhado.

.Reconto e reescrita de histórias

. Auto-ditado e escrita espontâneas

 

 

 

 

 

· Hipótese silábica

 

· Características

· Percebe a relação entre a oralidade e a escrita

· Usa uma letra para cada sílaba

· Pode ou não fazer uso de valor sonoro ( de vogal ou consoante)

· Determina mínimo de letras.

 

· Intervenções

 

· Trabalhar com os nomes dos alunos e outras palavras significativas( ênfase na análise da primeira letra no contexto da primeira sílaba. Contraste entre palavras memorizadas globalmente e a hipótese silábica: contagem do número de letras e desmembramento oral das sílabas e hipóteses de repartição de palavras escritas.

· Reconhecimento do som das letras pela análise da primeira sílaba.

. Prosseguimento do estudo das formas e da posição das letras em seus dois tipos- letra de forma ( maiúscula) e cursiva.

. Reconhecimento de diferentes gêneros e suportes textuais.

. Uso preferencial de textos, cujo conteúdo já está gravado de antemão ( poesias, músicas, parlendas, brincadeiras, etc.)

. Proposição de localização de qualquer palavra no texto, incluindo verbo se partículas pequenas como artigos, preposições, etc.

. Introdução a distribuição espacial do texto e orientação das frases.

 

 

Procedimentos didáticos

 

· Realizar atividades com os telhadinhos ( nomes dos alunos) , na roda, pedindo para reconhecerem seu nome , a letra inicial e final,os nomes dos colegas e as letras iniciais e finais. Comparar semelhanças e diferenças entre os nomes.

. Realizar atividades em folha com os nomes dos alunos. Copiar os nomes , escrever os nomes de memória. Completar os nomes com letra e silaba inicial, agrupar nomes que começam com a mesma letra, contar número de letras e sílabas, perceber semelhanças e diferenças, pintando a letra que mudou o nome, organizar as letras dos nomes com as letras móveis , tendo o telhadinho como suporte.

. Realizar listas de palavras de palavras de algum campo semântico . Pedir que as crianças relatem letra e sílaba inicial. Pedir que digam quantos pedacinhos (sílabas tem a palavra).Mostrar na palavra como se escreve cada pedacinho. ( grupo)

. Escrita espontânea de palavras de algum campo semântico.

. Contar número de letras  e sílabas de palavras de algum campo semântico.

.Organizar letras das palavras de determinado campo semântico, tendo a palavra como suporte.

. Escrita e recebimento de cartas, avisos e outros.

. Elaboração de textos coletivos e individuais ( conforme hipótese de escrita). Obs: pode ser uma frase.

Transcrição de contose brincadeiras conhecidas, histórias inventadas pelas crianças, acontecimentos atuais, etc.

. Reconto e reescrita de histórias.

. Leitura de poemas, músicas, parlendas e outros textos significativos e previamente memorizados.

. Completar lacunas em textos e palavras.

. Dicionário ilustrado com desenhos e escrita dos respectivos nomes do jeito da criança.

. Ditado de palavras e frases para diagnóstico do nível conceitual do aluno.

. Ditado feito pelos alunos. Cada um falando do seu jeito como se escreve a palavra.

. Ditado com figuras , para o aluno escrever apenas a letra inicial.

. Ditado para si mesmo, cada aluno faz o seu próprio ditado e após a atividade a professora ouve o que cada aluno quis escrever.

. Ditado para o professor. Os alunos ditam as palavras e depois de várias versões , o professor mostra como é escrito nos livros.

.Colocar letras em ordem alfabética.

. Trabalhar com o computador.

. Construir lista de palavras com cada letra do alfabeto e expor na sala.

. Contar o número de palavras de cada frase.

 

.Nível silábico-alfabético

 

· Características

 

· Fase de transição -silábico- alfabético

· Ora compõe sílabas, ora não compõe na mesma palavra

· Faz maior uso de consoantes

· Acreditam que algumas consoantes se bastam para a composição da sílaba. Ex: B= BE

 

. Nível alfabético

 

· Características

 

· A hipótese alfabética parece ser um fim de um longo trabalho, mas é o começo de mais uma longa fase.

· Características

· Escreve compondo sílabas foneticamente corretas;

· Desconsideram a segmentação entre palavras;

· Hipercorreção: exagera no uso de acentos e pontuação.

 

· Intervenções e procedimentos didáticos para os níveis silábico –alfabético e alfabético

 

. Escritas espontâneas

. Atividades com alfabeto móvel e sílabas móveis

· Cruzadinhas

· Texto lacunado

· Pedir para a criança ler o que escreveu

· Atividades em folhas xerocadas com sílabas simples e complexas para a formação de palavras.

· Ortografia: ditado de palavras com sílabas simples e complexas. Ditado de frases.

.Uso do dicionário para verificar as palavras.

. Distribuição espacial do texto e orientação das frases.

· Produção de textos e revisão destes. Trabalhar vários estilos discursivos , considerando a pontuação, ortografia, coesão textual e criatividade.

· Leitura e interpretação de textos ( poemas, narrativas, textos informativos, músicas, parlendas, etc.)

.Leitura de histórias para levar para casa e recontá-las na roda

( caderno de histórias).

.Oferecer vários gêneros textuais e estimular a leitura e escrita de poesias, narrativas, textos informativos, textos para se comunicar (cartas e bilhetes), trava-línguas, parlendas, etc.

· Quadro de regularidades ortográficas

· Forca

· Encontrar palavras dentro da palavra. Ex: SAPATO – PATO

· Trocar a primeira letra da palavra, mudando o sentido desta. Ex: GATO, RATO, PATO, MATO, SAPO, etc.

· Segmentar pequenos textos (parlendas, quadrinhas, etc.)

· Pintar espaço entre palavras em pequenos textos (segmentação)

. Contar número de palavras na frase.

. Leitura de livros de história, de pesquisa, jornal, revista, etc.

. Jogos e atividades que permitem a criança brincar e recriar com a linguagem ( acróstico, rimas, entre outros)

. Classificação e seriação de palavras

. Trabalho de artes plásticas( recorte, colagem, dobradura, desenho, pintura, sucata, etc)

. Criação de história , à partir do desenho

. Produzir um livro de acordo com o tema trabalhado em sala( Os Animais, Alimentação Saudável, Os Planetas, Os Dinossauros, etc.)

. Escrever história a partir da sequência dos quadrinhos

. Recontar uma vivência, reportagem ou passeio e produzir texto.

.Transcrição de diálogos e descrições.

.Transcrição de receitas, brincadeiras e piadas.

. Produzir um jornal com reportagens

. Escrever uma história a partir de uma imagem.

. Recorte de figuras e palavras para montagem de álbum ou dicionário.


.Utilizar jogos de alfabetização diversos. Ex: Bingo de letras e palavras ( nomes das crianças ou palavras de determinado campo semântico), jogo da memória( figura/palavra ou figura/letra) , dominó( letra/figura ou palavra/figura), encontrar palavra dentro da palavra, mudar a primeira letra, transformando a palavra, etc. A escola pode comprar esses jogos ou podemos confeccioná-los com os alunos.


Quando as crianças avançam para o nível alfabético, estas começam a ler de forma convencional, umas silabando e outras de forma fluente. É necessário propormos muitas atividades com leitura para que desenvolvam a fluência e a compreensão dos textos . Neste nível aparecem as primeiras junturas de palavras ( quando as crianças escrevem várias palavras emendadas) , assim como segmentações (separam as palavras em sílabas). Muitas vezes as crianças não separam as palavras, porque pelo ritmo e entonação da voz , elas acham que está tudo junto. Temos que mostrar que na frase uma palavra fica longe da outra e falar que colocamos o espaço de um dedinho entre uma palavra e outra. Uma das maneiras é mostrar a criança que quando dá para colocar uma palavra entre duas que estão juntas , ela tem que separá-las. Por exemplo: Ocachorro O famintocachorro. Dizer que certas classes gramaticais, como artigos definidos, indefinidos e pronomes acompanham as palavras . Quanto às segmentações, propomos que a criança leia o que escreveu e enquanto lê, ligamos as sílabas com lápis, mostrando que na palavra estas são juntas. Mostramos também no quadro coletivamente, escrevendo neste exemplos de alguns alunos.

No nível alfabético as crianças escrevem de forma fonética, isto é, a sua escrita é relacionada ao som que ouvem e então enfrentam as questões ortográficas. Geralmente o número de fonemas é igual ao número de letras. Por exemplo: /o/v/o, tem três letras e três fonemas. Já na palavra “chuva”, isso não ocorre , porque o dígrafo“ch”, representa o som do /x/, apresentando quatro fonemas /x/u/v/a e cinco letras.A criança começa a descobrir questões que a colocam em dúvida se palavra é com “x” ou “ch”, pois tem o mesmo som.Começa a pensar em questões de que existem letras que representam vários sons. A letra “x”pode ser representada pelos sons das letras z, x e ks( exame, xale, fixa). Nesta última palavra o "x" é dífono, isto é , simboliza o som das duas letras, que estão em negrito (/f/i/k/s/a).

Assim como, um mesmo fonema pode representar o som de várias letras. Por exemplo: O fonema /z/, pode ser representado pelas letras , s, z, e x, como em asa, azar, exame.

É necessário enfatizar os grupos de dígrafos ( ch, nh, lh, rr, ss, etc.), entre estes aqueles que representam vogais nasais ( an, en, am, em, etc.), encontros consonantais ( br, cr, dr, bl, cl fl, etc.), encontros vocálicos orais e nasais , sem ainda ser necessário que as crianças classifiquem com nomenclaturas esses encontros. Separações e junções de sílabas , acentuação e  pontuação.Em relação ao ensino da gramática, como verbos(ações), nomes próprios , comuns e coletivos ( substantivos) palavras que dão características e qualidades aos nomes ( adjetivos), sinônimos/ antônimos, plural, feminino/masculino e aumentativo/diminutivo, é necessário  , pois cada vez que produzimos e revisamos um texto, fazemos escolhas linguísticas- acionando nosso saber gramatical. O estudo dos aspectos gramaticais precisa ser visto como um instrumento por meio do qual o aprendiz poderá aperfeiçoar o uso que já faz da língua, melhorando sua capacidade de compreender e produzir textos em diferentes situações de comunicação oral e escrita. Existem, basicamente, dois tipos de atividades de reflexão sobre a linguagem que podem ser realizadas: as epilinguísticas e as metalinguísticas.
Essas atividades, no entanto, diferenciam-se quanto aos objetivos a que visam atingir. Uma está mais ligada aos recursos empregados em situações de interpretação e produção de textos, e a outra , à descrição dos elementos linguísticos.
De acordo com Geraldi( 2002, p.23-25), as atividades epilinguísticas resultam de uma reflexão que torna  os próprios  recursos expressivos como seu objeto, enquanto as atividades metalinguísticas são aquelas que tornam a linguagem como objeto não mais enquanto reflexão vinculada ao processo processo interativo, mas conscientemente constroem uma metalinguagem sistemática com a qual se fala sobre a língua. 
Nos anos inciais o trabalho de reflexão sobre a língua deve ser introduzida com as atividades de natureza epilinguística. Pode-se também, introduzir de maneira progressiva as de natureza metalinguística, desde que estejam didaticamente organizadas, de modo a contribuir para o aperfeiçoamento da expressão oral e escrita.
Deste modo não é proibido empregar nomenclaturas. O que não se deve fazer é sobrecarregar o aprendiz com uma nomenclatura excessiva, descontextualizada e sem função, justificada pela tradição de apresentá-la. Devem-se apresentar o aprendiz apenas os termos fundamentais para a bordagem dos conteúdos, a fim de facilitar a comunicação nas atividades de reflexão sobre a língua.
Podemos mostrar as crianças as regras ortográficas, porém ressaltar que não existe regra para tudo, por tanto quando temos dúvidas utilizamos o dicionário  e a internet para correção e conhecimento do significado das palavras, além de muita leitura, pois assim gravamos como se escrevem muitas palavras.

No nível alfabético, as crianças realizam a transição da letra de forma para a letra cursiva, além de atividades para o uso apropriado da letra maiúscula e minúscula ( letras maiúsculas são usadas em nomes próprios e inícios de frase e minúsculas em nomes comuns ).

As atividades devem priorizar bastante a produção de textos que trabalhem a estrutura destes conforme o gênero ( narrativa, poesia, texto informativo, carta, bilhete, convite, etc.). É importante que as crianças aprendam a realizar textos com coesão, criatividade, desenvolvimento ( início , meio e fim), pontuação e palavras escritas de forma ortográfica.. Devemos realizar a revisão dos textos, intervindo individualmente e mostrando com lápis as segmentações, junturas, repetições de palavras, uso de palavras sem necessidade, erros ortográficos e pontuação, assim como revisar coletivamente, escrevendo no quadro o texto de algum aluno para todos irem participando e aprendendo. É importante sempre avaliarmos a criatividade e coesão do texto dos alunos, elogiando suas produções para que os estimulem ainda mais. Explicar que se quisermos mostrar nossas produções para as pessoas, temos sempre que ler e reler nossos textos, corrigindo-os, para que fiquem compreensíveis para as pessoas que irão ler.
 Devemos realizar momentos de contação de histórias e depois promover conversa sobre esta. Estimular a leitura de livros da biblioteca da sala , levando-os para casa , pedindo que desenhem e escrevam a resenha desta em um caderno com pauta sobre a história.  Realizar com regularidade leitura coletiva e individual (silenciosa ou um aluno começa a leitura e outro continua onde o outro parou). Neste caso devemos digitar a mesma história para todos. Propor uma atividade de artes plásticas ou cênica sobre a história.


HABILIDADE COM A LEITURA E A ESCRITA ( LETRAMENTO)



O conceito de letramento, muito divulgado no Brasil, nas pesquisas da área de educação pela professora Magda Soares (entre outras), deixou de lado o contraste entre pessoas que sabem e que não sabem ler. O letramento considera graus de intimidade do indivíduo com materiais de escrita e de leitura. Para não assustar ninguém, é bom deixar claro que o letramento é algo que está em nosso dia-a-dia. Nada mais é do que parte de nossa necessidade diária de ação pela linguagem, especialmente lendo e escrevendo.

Quando alguém sabe ler, mas não consegue compreender sequer textos curtos, essa pessoa pode ser alfabetizada, mas tem um nível de letramento muito baixo. Esse nível pode aumentar à medida que o indivíduo aprende a lidar com mais e diferentes materiais de leitura e de escrita. Quanto mais textos alguém é capaz de ler e entender, mais letrado é. Assim também funciona com a escrita. Quanto mais material escrito alguém é capaz de produzir, mais letramento tem. E não adianta produzir apenas em quantidade. É preciso ampliar o leque de possibilidades, ou seja, ler muitas coisas diferentes e saber o que fazer com elas.

Por exemplo: você é capaz de ler bem uma tirinha? Sabe lidar com o texto do rótulo de uma lata de ervilhas? Consegue produzir um bom bilhete para um familiar? Pode se mover na cidade lendo as placas de rua? Sabe como procurar informações numa bula de remédio? Então você tem letramento suficiente para o dia-a-dia. O caixa eletrônico do banco é mais uma possibilidade de letramento. Já que está numa máquina, ficou sendo chamado de letramento digital. As pessoas que entraram nesse tipo de letramento podem atuar na linguagem por meio da leitura e da escrita de textos produzidos no e para o computador, estejam eles na internet ou nos programas de produção e leitura de material textual.

Uma instituição de ensino é a responsável, em grande medida, pelo aumento do letramento das pessoas. É lá que o indivíduo deixa de ler e escrever apenas os textos do dia-a-dia e passa a ter contato com materiais elaborados de maneira diferente, às vezes mais complexos e menos comuns no cotidiano. Na escola, aprendemos a escrever as famosas dissertações. Na faculdade, chovem os resumos, as resenhas e as tenebrosas monografias. Os artigos científicos tornam-se a leitura predileta de quem resolve se especializar na carreira. E, mais tarde, para quem se aprofunda, chegam as dissertações e teses. A leitura literária faz parte da ampliação do letramento. Tudo isso faz aumentar, também, a quantidade e a qualidade das informações na nossa memória, ou seja, nossa bagagem cultural. Isso é letramento. E quando alguém também domina os textos feitos na e para a tela do computador, isso é letramento digital.

Quando o indivíduo entra numa agência bancária e não consegue lidar com as orientações escritas na máquina, é preciso introduzi-lo nessa nova possibilidade de leitura. As escolas, há vários anos, têm oferecido computadores e laboratórios de informática aos alunos para que todos tenham acesso às novas maneiras de ler e escrever. No entanto, nem sempre apenas as máquinas bastam. É preciso que o professor planeje uma nova maneira de dar aulas, um novo jeito de ensinar, com novas tecnologias. Isso é aumentar o letramento e entrar no mundo das possibilidades digitais.












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Pedagoga com habilitação em educação especial, pós-graduação em educação infantil, orientação educacional e pedagógica.Monografias: "Metodologia Teacch", "Teoria e Prática Construtivista" e "A Alfabetização e a Orientação Pedagógica". Cursos específicos na área de autismo: Metodologia Teacch e ABA. Experiência em educação infantil, ensino fundamental e em instituição para crianças com autismo. E o mais importante! Professora com muito orgulho! Se passar neste blog, deixe o seu recadinho! Beijos Karla