Na alfabetização, a letra de forma é ensinada primeiro do que a cursiva!
É importante entender porque a criança aprende primeiramente a letrinha de fôrma e não a cursiva e não simplesmente ensinar só porque a maioria faz assim e dá certo! Realmente, dá certo, mas há uma explicação do motivo pelo qual essa maneira é a melhor!
A criança está desenvolvendo a motricidade na fase da alfabetização e a letra do tipo bastão é mais fácil para se adequar neste momento. Os rabiscos começam a se endireitar e formar letras.
As letras de fôrma são ideais para esta fase, pois os caracteres são individuais e podem ser escritos um após o outro. Os traços são resumidos a pauzinhos aglomerados uns nos outros. Já as letras cursivas exigem uma agilidade maior, uma vez que, além de outras finalidades, são utilizadas para tornar o registro mais rápido.
O traçado simples das letras de fôrma dão maior liberdade no ato da escrita, ao contrário das “letras de mão” que precisam de uma organização maior. O ato de ligar uma letra a outra também dificulta o processo, pois anula a ação de tirar o lápis do papel e investir as forças na próxima letra, o que ordena um esforço motor maior.
Além disso, antes mesmo de serem alfabetizadas, as crianças já possuem contato com as letras de imprensa em jornais, na televisão, em livros, gibis. Elas não conseguem ler, mas fica na memória visual das mesmas.
Logo, a percepção da letra de fôrma é mais rápida e fácil do que da letra cursiva. No entanto, é importante trabalhar com esta última, assim que o infante se habituar à primeira. Não há problemas se as duas formas coexistirem por um tempo, porque independente da letra o que deve sempre estar em foco é a escrita. Pois mais importante do que a letra que a criança escolhe, é a compreensão da escrita como um ato de comunicação.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
Como o objetivo da escola deve ser o de preparar cidadãos críticos capaz de transformar a realidade para melhor, a proposta de alfabetização deve naturalmente adequar-se às exigências da realidade atual. Realidade esta, em que a letra bastão esta presente em todos os momentos da vida de uma criança: em livros, televisão, revista, jornais, embalagens, rótulos, no teclado do computador. Ficando a escola como um dos únicos espaços sociais em que privilegia a escrita com letra cursiva. Muitos educadores dedicam parte do seu tempo treinando o alfabeto manuscrito com seus alunos, apesar de viverem num mundo onde a letra de forma é dominante. Desta forma, percebe-se uma grande perda de tempo e esforço por parte dos alunos e professores que tentam insistentemente a grafia da letra cursiva. Tempo este que poderia e deveria ser melhor aproveitado, com atividades desafiadoras com objetivos reais para o crescimento de seus alunos.
Percebe-se então, a dificuldade com que se defrontam estas crianças, que recém aprendendo a ler e escrever depara-se com obstáculos criados e na maioria das vezes impostos pela própria escola, que na maioria das vezes obrigam seus alunos a utilizar a letra cursiva, sendo em muitos casos um inibidor de avanços e aprendizagens, podendo trazer conseqüências bastante sérias e graves, como, por exemplo, o fracasso escolar.
Segundo ferreiro, (apud nova escola, 1996, p. 11) começar a alfabetização com letra bastão é uma tentativa de respeitar a seqüência do desenvolvimento visual e motor da criança.
No entanto, em vez dos professores despenderem a energia de seus alunos no aprendizado da letra cursiva, poderia utilizá-la para outras atividades mais importantes e necessárias para a vida dos alunos, como por exemplo: leituras, jogos, brincadeiras, músicas, etc. convictas de que as classes de alfabetização são a base para a vida escolar do aluno. Assim, esta deve ser uma etapa encantadora e estimulante para que a criança siga com entusiasmo sua vida escolar com motivação e determinação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
ADRIANA, Vera e Silva. Bastão X Cursiva, os prós e os contras de cada letra na alfabetização. São Paulo: Ed. Abril, n. 99, XI, p. 8-16, dez 1996.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o ba, be, bi, bo, bu. Pensamento e ação no magistério. São Paulo: Editora Scipione, 1999.
Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF.1997
Revista Nova escola: Entrevista realizada com Emilia Ferreiro: 1996. p. 11
ADRIANA, Vera e Silva. Bastão X Cursiva, os prós e os contras de cada letra na alfabetização. São Paulo: Ed. Abril, n. 99, XI, p. 8-16, dez 1996.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o ba, be, bi, bo, bu. Pensamento e ação no magistério. São Paulo: Editora Scipione, 1999.
Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF.1997
Revista Nova escola: Entrevista realizada com Emilia Ferreiro: 1996. p. 11
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