quarta-feira, 12 de setembro de 2012

VISÃO HISTÓRICA E COMPARATIVA DO ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA


       
O ensino da leitura e da escrita no Brasil passou por diversas modificações e influências oriundos da psicologia e da lingüística.  Será descrito um breve histórico sobre os métodos e processos de alfabetização, até chegarmos ao atual conceito sobre alfabetização.


 1.1 Os critérios de classificação de métodos

O critério de classificação de métodos mais difundidos era dividido em dois grupos: no primeiro, a metodologia leva o aluno a combinar elementos isolados da língua, sons, letras, sílabas, em todos maiores palavras e frases, tendo como base o processo mental de síntese.  No segundo grupo estão aqueles que levam o aluno a destacar unidades lingüísticas maiores, palavra ou frase e decodificá-las em elementos menores, tendo como base o processo mental de análise


1.2 Métodos que Dão Ênfase ao Processo Mental de Síntese


Método alfabético

Deu origem ao termo alfabetizar tornou-se universalmente aceito e foi empregado desde os tempos da Grécia e Roma antigas até o fim da idade média.

Ainda persistiu em alguns países, no século XIX, com maior ou menor duração.         


Sua familiaridade de formas com nomes de letras ajudava o aluno, através da repetição de sons reconhecidos nas letras, a soletrar as palavras, como por exemplo: gê com a = gá, tê com o = tó, mesmo sem identificar seu significado.  

No inglês era conhecido como “spelling-method”. Na América do Norte foi longamente difundida durante todo um século (1783-1890), através de seus 80 milhões de exemplares.  Nos Estados Unidos foi um fator indiscutível de difusão do método durante um largo período de tempo.  (RIZZO, 1989, p.5).


Método Fônico

Passou a ser adotado em lugar do alfabético na tentativa de superar a grande dificuldade existente naquele, por causa da diferença entre o nome e o som da letra.

Os sons das letras são ensinados isoladamente e depois em sílabas que são pronunciadas pelos alunos. Então são reunidas e apresentadas em conjuntos maiores formando as palavras. Estas depois aparecem formando pequenas frases.

O método é mais eficiente quando a língua tem formas (letras) e sons, invariavelmente, correspondentes.

É por princípio, um método eminentemente lógico. Primeiramente, são ensinados os sons das vogais, fazendo-se de forma simultânea, o ensino da forma da letra e a maneira correta de pronunciá-la. O método insiste numa forte repetição até que esta associação se estabeleça por completo e o aluno a pronuncie automaticamente.

Depois das vogais, as consoantes são introduzidas numa determinada ordem pré-estabelecida e seus sons são combinados com as vogais.

Depois de o treinamento atingir o pronto reconhecimento de combinações com vogais com 3 ou 4 diferentes consoantes , as sílabas são introduzidas e logos combinadas formando palavras. Mais tarde, combinações de palavras, com sons conhecidos, formam frases.

Este procedimento ainda é largamente difundido em muitos países, inclusive no Brasil, apesar da contra-indicação a determinadas línguas, por ser um método econômico e de fácil aplicação. (op.cit. p.8)


Método Silábico

Difere dos sintéticos anteriores (alfabético e fônico) por ser a sílaba a unidade fonética estabelecida para o ponto de partida do ensino da leitura.

Basearam-se os introdutores deste método nos princípios lingüísticos, de maior aceitação entre os estudiosos da Fonética, de que como a consoante só pode ser emitida apoiada na vogal só a sílaba e não as letras servem como unidade lingüística para o ensino da leitura.

Presta-se ao ensino das línguas especialmente silábicas como o português, o espanhol e vários idiomas africanos, mas especificamente, ao ensino do japonês, cuja estrutura é essencialmente, silábica.

Uma característica acentuada é a não permanência da palavra original (apoiada na gravura). Logo que as sílabas são destacadas e passam a ser reunidas em novas combinações, formando todos diferentes.

Em geral, no português e espanhol, as vogais são apresentadas sozinhas e, depois combinadas entre si (ai, oi, ei, au). Depois as consoantes são apresentadas na sua ordem alfabética. Logo, iniciam-se os agrupamentos, utilizando-se a ilustração para apoiar a sílaba destacada. A ordem de apresentação destes fonemas – atualmente varia.


Muita ênfase é dada à pronúncia, em voz alta, das sílabas isoladas na ordem natural do a-e-i-o-u. Ex: ba- be- -bi- bo – bu . Mantém-se o som aberto característico do a-e-i-o-u em todas as combinações.

O ensino é extremamente repetitivo e tenta manter uma ligação de cada sílaba a uma palavra ilustrada.

Ex: ca  ( de caneca)

      be ( de bebê)

      lo ( de lobo)           ca-be-lo

A partir da primeira lição, aparecem pequenas palavras e sentenças para serem lidas com as sílabas apreendidas. Mas ainda é muito freqüente o aparecimento das sentenças que, só se dão, efetivamente, após o treinamento de leitura de palavras soltas.

Os verbos necessários à formação das sentenças ficam restritos às possibilidades oferecidas pelas sílabas destacadas, e por isso, nem sempre fazem sentido junto às palavras que podem ser lidas. ( op.cit, p.15)


1.3 Métodos que Dão Ênfase ao Processo Mental de Análise

Este segundo grupo de métodos baseia-se no conceito de que as unidades significativas da língua – palavras, sentenças e historietas é que devem ser o ponto de partida.

Depois que estas unidades, cada vez maiores, forem reconhecidas, é que as unidades menores passam a ser reconhecidas isoladamente. Estes métodos são conhecidos também por “Globais”, pois receberam a influência da psicologia de Gestalt, na qual, a percepção se faz do todo para as partes (detalhes), tanto em idéias quanto em formas.

Nestes métodos a leitura é um processo de percepção de idéias e devem constar de elementos ideativos, ou seja, lidar com unidades lingüísticas significativas.


Palavração

A palavração nasceu da revolta contra os métodos formais que prevaleceram nos primeiros anos.  Commenius é apontado como sendo o seu introdutor. Na sua obra “Orbis Pictus”, publicada em 1657, ele já a defende contra as tediosas soletrações, que nada mais são que métodos de tortura da mente. A seu favor, grandes especialistas como: Jacob, Horace e Declory.

(op.cit.p.23)

Neste método, as palavras são apresentadas em agrupamentos (conjunto organizado por alguma associação de idéias) e os alunos aprendem a reconhecê-los pelo método see and say, visualização em português.  Para os adeptos deste método, a palavra é memorizada facilmente pelo aluno, sendo algo normal no indivíduo.

Muitos recursos são utilizados para facilitar este reconhecimento. Geralmente, no início, as figuras acompanham as palavras. A repetição do seu reconhecimento estabelece a memorização.

A ordem de apresentação das palavras, quando criteriosamente planejada, auxilia substancialmente, o estabelecimento de habilidades de leitura inteligente. Ao mesmo tempo a atenção é dirigida aos detalhes da palavra, como: sílabas, letras e sons. Estes reunidos auxiliam o aluno a enfrentar novas palavras com autonomia na leitura.



O “Método Normal de Palavração” é uma adaptação no qual as palavras memorizadas contêm todos os sons da língua e onde os processos de análise-síntese são empregados simultaneamente, se o método de palavração não tiver análise incluída no seu processo de ensino-aprendizagem, ele não é considerado método analítico. (op.cit. p.24)

Sentenciação

A sentenciação representa um 3º estágio na evolução dos métodos que enfatizam a formação de habilidades de leitura com compreensão.

Antes dela, surgiu na língua inglesa o “Phrase – Method” que representava pequenos grupos de palavras e levava o aluno a estabelecer o reconhecimento de cada um, através da repetição. Alcançava o reconhecimento da palavra pela sua incidência nas frases e o reconhecimento das sílabas, pela sua ocorrência em estruturas similares. ( op.cit.p.28)

Psicólogos estudiosos dos movimentos dos olhos Andersen e Dearbon, no entanto, mostraram que as pausas e fixações do olhar na leitura das linhas é um processo mental, que nada tem a ver com a percepção visual das palavras e provaram que os leitores mais eficientes não aprendem o texto lidos, frase por frase (como até então se defendia a idéia) e, sim, por grupamentos, mais ou menos, regulares de palavras e letras, em cada linha.

Até hoje, não é reconhecida a possível “lei” que determina esta seleção de palavras e letras durante a leitura. De qualquer forma, comprovou-se não ser verdadeira a hipótese de que os leitores fixassem grupos de palavras durante o ato de ler.  Logo, o fato em que se apoiavam os defensores da “Phrase-Method” foi derrubado e sua validade tornou-se discutível. (ib.ibdem)

Além disso, por ser muito dispendioso, logo caiu em desuso.

O Phrase-Method antecedeu o Sentence Method. Faz necessário mencionar a conotação diferente que esta palavra tem em inglês:

Phrase: group of words (often without a finite verb) forming   part of sentence; in red, at noon.

Com este sentido, este método nunca chegou a ser empregado no Brasil. (op.cit.p.28)

O método dirige primeiramente a atenção do aluno a algum assunto ou atividade do interesse da classe. O tema é discutido e o segundo passo é fazer o registro de uma das afirmações obtidas dos alunos, sobre o assunto ventilado. O professor lê, em seguida, com entonação adequada (marcando bem as pausas a fim de tornar bastante clara a expressão da idéia).  Depois os alunos são orientados a procurar palavras semelhantes dentro da sentença.  E depois da 2º ou 3º lição, começam a formar grupos de palavras semelhantes às primeiras. O processo continua através de um treinamento para se obter o reconhecimento, à 1º vista, das palavras estudadas. E finalmente, os alunos são levados, através de um processo semelhante à análise comparativa, a isolar elementos conhecidos nas palavras.  Com este conhecimento passam a enfrentar leitura de palavras novas.  

Método Historiado

“de historietas”

“de histórias”

“de contos”

            No Brasil é também frequentemente, chamado de método de Pré-livro, muito embora, esta nomenclatura tenha sido criada por Heloisa Marinho para indicar material de ensino de leitura, com características, inteiramente diferentes (leia-se Método Natural).

            O método de “Contos” representa uma extensão (e não adaptação) do método de sentenças e foi organizado no sentido de ampliar as vantagens de desenvolvimento de hábitos e atitudes excelentes na leitura.

Este método apresenta seqüência de sentenças organizadas em forma de história, atendendo aos princípios de interesse e apelo (que ela representa) à criança. Isto foi decorrente do resultado da avaliação do conteúdo (ideativo) das sentenças e os interesses, atividades e experiências da vida infantil.

A história apresenta uma série de eventos, com principio, meio e fim, e desde que atenda aos interesses do aluno, torna-se fácil despertar a curiosidade na leitura do material.

Este método, não é melhor que o anterior no sentido de desenvolver no aluno a capacidade de compreensão, mas treina-o na habilidade de antecipar e seguir uma seqüência de idéias, e ainda, relacioná-las entre si, mantendo-as na memória. Isto, evidentemente, implanta o gosto pela leitura e a busca pela boa leitura. (op.cit.p.23)

Como a leitura da história não pode ser feita totalmente, de uma só vez ela oferece oportunidade e implanta hábitos de discussão sobre cada evento que se sucede na narrativa.

O processo segue depois as mesmas técnicas da sentenciação.


Método Natural

Com o objetivo de reduzir ao máximo, ou evitar na sua totalidade, as falhas comprovadas nas metodologias existentes, foi desenvolvido por Heloisa Marinho o Método Natural, a qual fez longos estudos na Alemanha (escola-estruturalista- Gestalt, 1936).  (op.cit.p.37)

O método Natural utiliza o próprio vocabulário da criança no processo de alfabetização, tornando a aprendizagem significativa, pois prende o interesse da criança.  Este método também é realizado de forma interdisciplinar com as áreas de estudos sociais, ciências e matemática.  Amplia o conceito de alfabetização além da decodificação do código escrito, para uma leitura e escrita contextualizada de acordo com um projeto desenvolvido.


1.4       Conclusões Gerais do Estudo Comparativo


Grupo 1

         Dentro do grupo, as adaptações do fônico se revelaram como sendo as mais capazes de desenvolver habilidades de pronto reconhecimento da palavra nova. Porém, o processo empregado para o desenvolvimento destas habilidades se mantém em franca oposição ao desenvolvimento de habilidades de compreensão a ao natural processo de aprendizagem.


Grupo 2

O historiado e o método natural são os métodos que mais revelaram ser capazes de desenvolver a leitura com compreensão, despertando o interesse pela leitura como fonte de prazer e informação.

            Hoje e no mundo inteiro, tentam-se combinações dos vários processos, sendo muito raro encontrar uma cartilha ou método puro.

            No Brasil existe uma forte permanência do emprego do silábico (influências histórico-culturais).

            De um modo geral, as cartilhas brasileiras apresentam as seguintes variações:

·         Na constituição do vocabulário

·         Na seqüência de apresentação das sílabas, sons e letras

·         No custo do material impresso

·         Na quantidade e qualidade do material de apoio

Músicas do folclore brasileiro e cantigas populares demonstram a força da penetração do método silábico no Brasil:

O a e i o u

Vamos todos aprender!

Soletrando o be- a –bá

Na cartilha do a b c

A – E – I – O – U

ba    bi    bu

Wu-u, W-u

Na cartilha da Juju ! (op.cit. p.36)



CAPÍTULO II

PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA


Será descrito um breve histórico da carreira, vida pessoal e política da psicóloga Emília Ferreiro, antes de descrever as transformações que o estudo psicogenético da escrita produziu na alfabetização escolar.

 Emília Ferreiro nasceu na Argentina, mas vive atualmente no México, tendo nascido em 1937.  Neste país, trabalha no departamento de Investigações Educativas (DIE) do Centro de Investigações do Instituto Politécnico Nacional do México. Fez seu doutorado na Universidade de Genebra, no final dos anos 60, dentro da linha de pesquisa inaugurada por Hermine Sinclair, que Piaget chamou de psicolingüística genética.

Voltou, em 1971, a Universidade de Buenos Aires, onde constituiu um grupo de pesquisa sobre alfabetização do qual faziam parte Ana Teberosky, Alicia Lenzi, Suzana Fernandez, Ana Maria Kaufman, Liliana Tolchinsky. Mas a situação política da Argentina ia se deteriorando progressivamente, e no final de 1974 a Dra. Ferreiro acabou afastada de suas funções docentes na universidade ,assim como seu marido Rolando Garcia, físico e pesquisador com quem Piaget dividiu a publicação dos seus últimos trabalhos. Foi para Genebra, onde ficou exilada, enquanto Ana Teberosky, também exilada ficou em Barcelona. Os dados obtidos em Buenos Aires foram estudados exaustivamente pelas duas pesquisadoras, através de uma ponte entre Genebra e Barcelona.

Ferreiro voltou para a América Latina no México e continuou a realizar vários trabalhos, publicando vários livros em relação à alfabetização e o fracasso escolar neste ano de escolaridade.

Em 1979 , publica o livro “Los Sistemas de escrita em El Desarrolo Del Ninõ” –  que em português recebeu o nome de “Psicogênese da Língua  Escrita” – 1986.       

O estudo psicogenético da escrita deslocou o foco de investigação do como se ensina para o como se aprende, portanto descreve estágios desenvolvimentais no processo de leitura e escrita e não um método de alfabetização. No entanto, os alfabetizadores atualmente estão reconhecendo que não são erros de escrita o que as crianças apresentam no processo de alfabetização, mas sim que se encontram em um determinado nível de hipótese sobre a escrita, portanto, estes  poderão  intervir de forma que a criança crie um desequilíbrio na lógica do seu pensamento , passando então para outro nível de escrita.  As pesquisas de Emília Ferreiro recolou no centro da aprendizagem o sujeito inteligente que Piaget descreveu. (WEIZ, 2005, p.8)


As pesquisas dessa psicóloga produziram uma revolução conceitual na alfabetização, desmontando todas as explicações que havíamos construído ao longo de décadas para justificar o estrondoso fracasso das crianças brasileiras na alfabetização inicial.

Desde que dispomos de estatísticas educacionais confiáveis - e lá se vão mais de 50 anos – temos dados que nas escolas brasileiras são reprovadas metade das crianças na passagem da 1ª para a 2ª série. As tentativas de explicação falavam de problemas de aprendizagem que se justificavam ora em função da carência nutricional, ora na falta de estímulo intelectual, de carência cultural, de problemas psiconeurológicos ou então deficiência lingüística.  Todos os problemas eram das crianças, mas não enxergavam as deficiências da escola. Um dos discordantes era Paulo Freire, a qual chamou a educação de bancária, na qual a criança armazena dados, totalmente descontextualizados da realidade de vida desta. 

Concluía-se que metade das crianças eram pouco capazes de aprender a ler e a escrever.

Existiam, e ainda são realizadas as chamadas atividades de prontidão, na qual as crianças realizam vários exercícios motores, sem nenhuma letra envolvida, ou quando estas existiam, era somente para cobri-las sem nenhuma significação.  A partir dessas avaliações a escola decidia se a criança freqüentaria uma escola regular ou iria para uma classe de educação especial. (op.cit.p.8)

As investigações de Emília Ferreiro e colaboradores demonstraram que, ao contrário do que se pensava, a questão crucial da alfabetização inicial é de natureza conceitual e não perceptual.  Segundo Ferreiro:


A mão que escreve e o olho que lê estão sob o comando de um cérebro que pensa sobre a escrita. Escrita essa que existe em seu meio social e com o qual toma contato por atos que envolvem, de alguma forma, sua participação em práticas sociais de leitura e escrita.  (op.cit. p.9)


2.1 Os Níveis Estruturais da Linguagem Escrita Pesquisados por Emília Ferreiro


         Ao pesquisar como a criança reconstrói o sistema de escrita, ao se apropriar dessa linguagem, Emília Ferreiro observou quatro níveis: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.

            Após diferenciar as marcas gráficas relativas ao desenho (formas) das relativas à escrita (os nomes), a criança começa a construir ambos os sistemas, começando a pensar sobre a escrita. A escrita esse momento foi denominado pré-silábica.

                     

                               Nível Pré-Silábico

A criança se utiliza, inicialmente, de grafismos primitivos, escritas unigráficas, não controla a quantidade de caracteres, vale-se de escritas fixas. (Depois, a criança começa a diferenciar as escritas quanto à quantidade de letras (hipótese da quantidade mínima): uma palavra tem de ter no mínimo três letras, ao repertório (para ser uma palavra tem de variar as letras) e à posição que ocupam (hipótese de variedade interna: é preciso variar a posição das letras na palavra para construir escritas diferenciadas), podendo considerar ou não seu valor sonoro convencional. (op. cit.p.36)


 Nível Silábico

A criança estabelece uma relação entre a escrita e a pronúncia das palavras. Essa primeira relação tem por foco a sílaba. A criança faz corresponder uma letra a cada sílaba, podendo considerar ou não seu valor sonoro convencional. Aqui, ela precisa abrir mão das hipóteses de quantidade mínima e de variedade interna, pois, pela hipótese silábica, pode ter palavras com uma letra, e numa mesma palavra, as letras podem estar repetidas muitas vezes. ( ib.ibdem)

                         



Nível Silábico-Alfabético

A criança entra em conflito com a hipótese silábica, pois o que ela escreve não é compreensível para outras pessoas. Ela percebe que é preciso colocar mais letras para cada sílaba. Assim, ora ela utiliza uma letra para cada sílaba, ora mais letras. (op.cit.p.36))



Nível Alfabético

É o momento em que a criança abandona a hipótese silábica, relacionando um grafema a cada fonema. Tal correspondência pode se utilizar de símbolos gráficos, sem valor sonoro convencional, ou de letras, com valor sonoro convencional e algumas falhas. Neste nível a criança não se preocupa com os espaços entre as palavras e com questões ortográficas como o uso de s, ç, z, ss , relativas às convenções do sistema de escrita em cada língua.

 ( ib.bidem)

 Karla Cristina Carrozzino Gaudencio






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