ALGUMAS TENDÊNCIAS EQUIVOCADAS DO CONSTRUTIVISMO
Proposições Construtivistas
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Tendências equivocadas da transposição pedagógica
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· Evolução psicogenética entendida como um processo ativo e pessoal de elaboração cognitiva, a partir das experiências vividas.
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- Ausência de intervenções para não atrapalhar o processo individual de aprendizagem, isto é, sem a preocupação de propor experiências ou situações favoráveis à construção do conhecimento.
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- Construção do conhecimento a partir de condições favoráveis para o envolvimento pessoal, a elaboração e testagem de hipóteses, a possibilidade de descoberta e a apropriação do saber significativo. Um ensino capaz de respeitar o tempo de aprendizagem, as experiências e os conhecimentos já construídos pela criança, compreendendo o erro como parte do processo de aprendizagem.
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- Prática pedagógica como ativismo didático de duração imprevisível, não necessariamente colocando a criança como foco da intervenção didática.
- Desconsideração do planejamento
- Aceitação de qualquer tipo de erro sem o esforço interpretativo para compreender a sua “lógica” ou para transformá-lo em um recurso para a superação das dificuldades.
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- Identificação de momentos conceituais de compreensão e produção da escrita: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
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- Divisão da classe ou de subgrupos de trabalhos “por níveis”.
- Planejamento e “proposição de atividades por níveis”
- Pretensão de hierarquizar a aprendizagem em “etapas”, induzindo a progressão do conhecimento a partir da sucessão dos “níveis” descritos.
- Avaliação da aprendizagem unicamente com base nos níveis em tentativas de “classificar” as crianças e seus saberes sobre a escrita.
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Escrita espontânea como oportunidade de produção significativa para a reflexão lingüística e para a constituição da autoria (o aprendiz-autor).
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- Deixar a criança escrever livremente, sem interferências e por tempo indeterminado e sem propósitos ou destinatários definidos.
- Evitar a correção ou qualquer forma de revisão textual.
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- Interlocução como recurso para a troca de informações e desestabilização das hipóteses construídas, favorecendo a possibilidade de avanço.
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- Promoção de trabalhos em grupo, supondo a interlocução como conseqüência necessária do “grupamento de pessoas”.
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- Escrita do nome próprio como conhecimento significativo que pode funcionar como referencial estável de escrita na tentativa de outras produções ou reflexão sobre a língua.
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- Ensino do nome próprio como a primeira lição do ano e pré-requisito para as demais aprendizagens.
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- Para aproximar a língua de seus usos sociais, estímulo ao uso de vários portadores de textos, em diferentes possibilidades de uso, funções ou gêneros de escrita.
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- Composição de livros didáticos que, pretendendo substituir as cartilhas, agrupam diferentes tipos textuais, mas não asseguram as especificidades do portador nem as reais situações de uso.
- Trabalhar só com textos em detrimento de uma reflexão mais sistemática sobre o funcionamento do sistema de escrita.
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- Reflexão sobre a escrita para o avanço na compreensão do funcionamento desse sistema lingüístico.
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- Trabalhar com textos só depois de dominada a escrita alfabética.
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O quadro do capítulo anterior demonstra muitas práticas pedagógicas equivocadas que ocorreram após, as pesquisas de Emília Ferreiro sobre a construção da leitura e da escrita na lógica do pensamento infantil. Ansiosos por encontrar alternativas para os dramáticos índices de reprovação e fracasso escolar, muitos professores acabaram fazendo uma transposição demasiadamente direta das situações de pesquisa, trazendo-a para a escola mais como uma metodologia de trabalho do que propriamente como um estímulo à reflexão, ao estudo e ao planejamento de práticas mais compromissadas com o aprendiz. Neste caso, alguns orientadores pedagógicos proibiam a correção da escrita, dizendo que atrapalharia o processo individual da criança, além de exigir que o professor esquecesse toda a sua prática anterior, a qual eles consideravam tradicional, ao invés de partir desta prática segura e oferecer-lhe embasamento teórico para criar o novo aos poucos a partir desses estudos.
Surgiram os modismos pedagógicos, práticas inconseqüentes e até irresponsáveis, embora não necessariamente mal intencionadas. Muitos professores pressionados por esse modismo desaprenderam o que sabiam, pois, muitos orientadores diziam que no construtivismo não existia método. E tudo o que professor fazia de antigo era veementemente criticado, deixando-o completamente desorientado, pois ao mesmo tempo o O.P não mostrava nenhuma orientação em relação à didática de ensino, dizendo que o professor teria que refletir sobre o como a criança pensava sobre a escrita e a partir daí intervir.
Intervir ou não intervir no processo de aprendizagem? Focar somente na reflexão do aprendizado infantil ou também na metodologia de ensino, mais especificamente a didática de ensino? Essas eram as muitas questões que alguns professores faziam e ainda fazem.
O que prevaleceu nos anos 80 e 90 foi a existência de uma grande parcela de alunos que passaram anos sem saber escrever alfabeticamente, ou daqueles que, mesmo tendo atingido esse estágio, não se constituem efetivos usuários da leitura e da escrita.
O construtivismo e não os erros cometidos nas salas de aula por quem mal o interpretou, é considerado o vilão dos quadros de analfabetismo na América Latina.
Karla Cristina Carrozzino Gaudencio
Bem vindo !!
Sejam bem vindos a esse blog que tem a intenção de compartilhar essas idéias, as quais podemos sempre transformar com muita criatividade!!!
2 comentários:
Amiga, nÃo sabia que tinha um blog. Parabéns ele está lindo, e esclarecedor. Continue assim, postando tudo que faz e sabe para ajudar pessoas. A troca de idéias e de conhecimento são para poucos, e vc faz parte desse pequeno grupo. Bjs
Obrigada, Amiga!
A intenção é essa mesma! Resolvi registrar as atividades que faço e socializar com as pessoas!
Beijos
Karla
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